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REVOLTA DA “RUSGA” E A MAÇONARIA EM MATO GROSSO

O Estado de Mato Grosso esta inserido com méritos na história da Maçonaria brasileira, tanto por antiguidade, como por efetiva participação, levantando Templos á virtudes desde há tempos, e criando Lojas para contribuir com o progresso e a felicidade do gênero humano. Vamos rebuscar as poeiras do tempo, focando o segundo quarto do século XIX, quando a Maçonaria já espargia seus princípios e ensinamentos em terra mato-grossense.   

Quando da fundação do Grande Oriente Nacional Brasileiro, posteriormente chamada de “Grande Loja do Passeio”, motivado pelo local onde se instalara no Rio de Janeiro, em 1830, portanto, antes da abdicação de Dom Pedro I, tendo sido instalada somente em 24 de Junho de 1831, a Loja Razão de Cuiabá foi uma das signatárias no evento, seu delegado estivera presente á instalação do Grande Oriente Nacional Brasileiro.

Quando da reinstalação do Grande Oriente Brasílico, ou Brasiliano fechado em Outubro de 1822 pelo seu Grão-Mestre e Imperador do Brasil, Dom Pedro I, com o nome de Grande Oriente do Brasil em 23 de Novembro de 1831, a Loja Razão sai da obediência do Grande Oriente Nacional Brasileiro e adere ao Grande Oriente do Brasil, sendo a quarta a fazê-lo, as anteriores foram “União”, “Vigilância da Pátria” e “Sete de Abril”. 


Para que melhor possamos mensurar a importância maçônico-histórico destes fatos e datas, diremos que a primeira Loja maçônica fundada na cidade de São Paulo, foi a Loja “Amizade”, em 13 de Maio de 1832, a segunda na Província de São Paulo, haja vista que a primeira foi a Loja “Inteligência”, na cidade de Porto Feliz, fundada em 19 de agosto de 1831.

A Rusga
A história da Loja Razão se funde ao movimento nativista “Rusga” em Cuiabá. Para não cometermos equívocos na exposição deste movimento, vamos nos socorrer com um dos baluartes da cultura mato-grossense, o Dr. Lenine de Campos Póvoas, que nos narra esse momento histórico em seu livro “História Geral de Mato Grosso”

“Governo de Antonio Corrêa da Costa – A RUSGA - Para substituir José Saturnino da Costa Pereira, que fora eleito para a lista tríplice e escolhido por Dom Pedro I para representar Mato Grosso no Senado do Império, foi nomeado, já pela Regência Interina, o Dr. Antonio Corrêa da Costa, o primeiro mato-grossense elevado á Presidência da Província, que tomou posse a 21 de Julho de 1831.

O fato de maior relevância ocorrido durante o seu governo foi o movimento nativista conhecido em nossa história como a “Rusga”. A instabilidade política nacional, nascida das lutas pela independência e que tinha também raízes econômicas e sociais teve reflexos em Mato Grosso. Estouraram sedições no Pará e no Rio Grande do Sul; lavrava por toda parte o descontentamento social, a luta dos pobres contra ricos, a rebelião contra a carestia dos gêneros alimentícios e a ira contra os negociantes, cuja maioria era português.

Virgilio Corrêa Filho assim via o panorama daqueles dias: “A indisposição contra os adotivos alastra-se tomando vulto. Rema nascentes dos tempos coloniais, em que dominaram, eram eles que ocupavam os melhores cargos públicos. Eles, os que tinham açambarcados o comércio da Província. Eles, os que, sebastianistas de nova espécie, constituíram o grosso do Partido Caramuru, que suspirava pela restauração de Dom Pedro I. Se a Corte e a Regência procuravam defender-se, expurgando o funcionalismo nacional de elementos estrangeiros, porque se conservar Mato Grosso alheio á reação de xenofobia?”

Queria Virgilio Corrêa referir-se á Portaria de 18 de Agosto, da Regência, que recomendava a demissão dos empregados estrangeiros, não sendo poupado, aqui em Mato Grosso, nem mesmo Frei José Maria de Macerata, pessoa tão estimada pela população, que foi dispensado da administração eclesiástica da Prelazia de Cuiabá, “por ser estrangeiro”.

Em Mato Grosso a “Sociedade dos Zelosos da Independência”, fundada em Agosto de 1833, “se encarregava de insuflar o ânimo popular contra os “brasileiros adotivos”, como eram chamados os portugueses, “comerciantes apatacados, com resquícios, no trato da prepotência trazida dos tempos coloniais”. {Virgilio Corrêa Filho}.

Liderava o movimento chamado “nativista” os integrantes daquela sociedade, Pascoal D. de Miranda, seu Presidente, Luis Patrício da Silva Manso, Cirurgião; Braz Pereira Mendez, Professor de Lógica; José Jacinto de Camargo, Promotor Público, Joaquim de Almeida Falcão, Presidente da Câmara Municipal; Eusébio Luiz de Brito, Professor de primeiras letras e José Alves Ribeiro.

Conforme informou Aquilino do Amaral Coutinho ao Visconde de Taunay, realizavam-se passeatas nas quais figurava uma “bandeira levada a várias localidades, toda vermelha e com a seguinte quadrinha em letras brancas:

“Embarca, bicudo, embarca,
Embarca, canalha vil,
Que os brasileiros não querem
Bicudos no seu Brasil”.

Foi o ambiente que o Dr. Antonio Corrêa da Costa encontrou ao assumir o Governo da Província em Julho de 1831. Procurando exercer uma ação conciliatória, viu entretanto, o Presidente baldado os seus esforços, de vez que os ânimos se acirravam cada vez mais.

O Visconde de Taunay, em seu livro “A Cidade do ouro e das ruínas”, do qual dedica nada menos que sete Capítulos aos sucessos da “Rusga” em Mato Grosso, estudando as “causas plausíveis do morticínio de Maio”, escreve: “Desde os primeiros tempos da Independência os portugueses, numerosos em Mato Grosso e sobretudo concentrados na cidade de Cuiabá, se haviam tornado alvo de inveja e de malquerença, já pela indispensável preponderância comercial, já por vexatória influência política, confirmada e ampliada pela Constituição de 25 de Março de 1824, que lhes dera a feição de brasileiros adotivos com todas as regalias de cidadãos natos.

A prosperidade de alguns deles, como o Tenente-Coronel José Joaquim Ramos, José Teixeira de Carvalho, Francisco Manoel Vieira, José Coelho Lopes, Manoel José Moreira, Major Joaquim Duarte Ribeiro e outros, particularmente excitava a cobiça e o rancor de não poucos filhos do País, também negociantes, sendo o sentimento de odiosidade aumentado pela imprudência dos adotivos, habituados ao mando dos tempos coloniais duro e áspero, sobretudo nas capitais mais distantes”.

Sobre essa questão, na segunda edição revisada do livro ‘O Processo Histórico de Mato Grosso’, dos professores Elizabeth Madureira Siqueira – Lourenço Alves da Costa – Cathia Maria Coelho Carvalho, eles nos contam assim: “O ideário político foi comungado pela camada mais baixa da população que, pelo seu estado de insatisfação e pobreza,almejava engajar-se na rebelião. Esta camada era formada de homens livres, porém, pobres e até miseráveis, que percebiam baixos salários, na sua grande maioria.Essa pobreza tornava-se ainda maior pelas dívidas contraídas aos armazéns, boticas e lojas, pois com o atraso dos salários, não dispunham os trabalhadores de numerário para adquirir, á vista, o mínimo necessário á sua subsistência e de sua família.

Desta forma, a participação da camada socialmente inferior representou mais a oportunidade de demonstrar sua insatisfação e a possibilidade de obter algum ganho material do que uma luta por um ideal político-partidário, pois a situação da província de Mato Grosso, nesse momento, era de extrema dificuldade, com os cofres públicos vazios e sem perspectivas, a curto prazo de regularizá-los, oferecendo uma situação propícia ás rebeldias e demonstrações evidentes de insatisfação.”  

Encontrando-se doente, após dois anos e meio de governo o Dr. Antonio Corrêa da Costa envia ofício á Regência, solicitando que se lhe dê um substituto. A escolha recai na pessoa de Antonio Pedro Alencastro, nomeado a 04 de Janeiro de 1834, mas que só tomaria posse a 29 de Setembro. Sentindo que a borrasca era iminente, o Presidente Antonio Corrêa da Costa desiste de esperar o seu substituto e resolve deixar o governo.

O fato que precipitou os acontecimentos foi a nomeação do adotivo José Joaquim Vaz Guimarães, indicado pela Regência para o cargo de Procurador Fiscal do Tesouro da Fazenda. Houve reação á sua posse por parte dos “Zelosos da Independência”. O caso foi levado pelo Presidente Corrêa da Costa ao exame do Conselho da Província, reunido na sede do Governo. Na votação, os favoráveis á sua posse e os contrários empataram e o Presidente desempatou mandando que se desse posse ao nomeado, por ser casado com brasileira e ter filhos brasileiros.

A Sociedade dos Zelosos da Independência não se conforma e promove manifestações, entre as quais um comício na praça da Matriz. Corrêa da Costa decide definitivamente sair e convoca o Vice-Presidente Gaudie Levy para assumir o cargo; este se recusa. Diante dessa atitude do Vice, Corrêa da Costa passa o poder nos termos da Lei de 20/10/1823, ao mais votado dos membros do Conselho, Capitão José de Mello Vasconcellos que nele permaneceu apenas dois dias, transferindo-o ao Coronel João Poupino Caldas, após a recusa de dois outros Conselheiros, José da Silva Guimarães e Albano Osório, pela ordem de votação dos mesmos.

Assim chega ao exercício da Presidência, a 28 de Maio de 1834, João Poupino Caldas, tido como um dos inspiradores do movimento contra os “bicudos”, pejorativa alcunha dada aos portugueses. Era o que faltava aos “Zelosos da Independência” para acenderem o estopim do conflito. Quarenta e oito horas depois que Poupino assume o poder, os conspiradores que arquitetavam os mais tenebrosos planos, sentiram-se garantidos pela “cobertura” que lhes significava a ascensão daquele caudilho ao governo. E passaram á execução da chacina que, segundo se dizia era comandada pelo Dr. Antonio Luiz Patrício da Silva Manso, cientista baiano que residia em Cuiabá e que, em virtude dos trágicos acontecimentos, recebeu o apelido de “Tigre de Cuiabá”.

Ao anoitecer do dia 30 de Maio, reuniram-se no Campo d’Ourique, hoje Praça Moreira Cabral, (Centro Geodésico da América do Sul) em Cuiabá, no exato lugar em que se encontra o Palácio Filinto Muller, que abriga atualmente a sede da Câmara Municipal da capital, 67 Guardas Nacionais, prontos para o levante, aos quais se somaram muitos outros, horas depois. Tomado de assalto o Quartel dos Municipais, na Praça da Matriz, apoderaram-se de armas e munições. Por volta de meia noite ouviu-se o toque de corneta, tiros de arcabuzes e gritos de morram os “bicudos”. E começou o arrombamento e saque das casas dos portugueses com o assassínio dos que eram encontrados.

O Visconde Taunay, no seu já citado livro, assim descreve a tragédia: “Com efeito, em Cuiabá, nas trevas da noite e á primeira badalada das 12 horas dada pelos sinos ao findar o dia 30 de Maio de 1834, levantou-se possessa de inexplicável fúria parte da população e aos brados de mata bicudo começou a trucidar, sem dó nem piedade, infelizes e imberbes portugueses, excitados pelos boatos de que por eles fora chamado Dom Pedro I e de que em todos ao pontos do Império se procedia a igual morticínio”

Vendo a extensão da chacina, que talvez ele próprio jamais imaginara, pede João Poupino Caldas a ajuda do Bispo Dom José dos Reis que sai á rua, de crucifixo em punho, tentando acalmar a turba desenfreada, sem nada conseguir. Não chegou a apurar ao certo, o número de vítimas de tão dramática ocorrência, nem há acordo de números entre os informantes, mesmo porque o motim se estendeu a outras localidades da Província”.

Motivado pela “Rusga”, a Loja “Razão” que era formada quase que totalmente pelos portugueses abateu sua colunas em Cuiabá, seus membros sobreviventes do levante fugiram para Goiás Velho, então capital do Estado de Goiás, e ali em 1835 fundaram a Loja “Asylo da Razão”, numa clara intenção de honrar e homenagear a Augusta Oficina abandonada as pressas na distante Cuiabá, por isso a lembrança viva, tendo Goiás Velho abrigado os que lá chegaram, “asylando os da Razão”! 

Bibliografia
 CASTELLANI, José. Do pó dos arquivos, V. II. Ed. A Trolha. Londrina.1996.
CASTELLANI, José. História do Grande Oriente do Brasil – A Maçonaria na História do Brasil. Ed. GOB. Brasília. 1993.
PÓVOAS, Lenine de Campos. História Geral de Mato Grosso: dos primórdios á queda do império. V. I. Ed. Resenha. São Paulo. 1995.
PROBER, Kurt. Cadastro Geral das Lojas Maçônicas do Brasil, Ativas, Abatidas e Inativas. Ed. Kurt Prober. Paquetá. 1975.
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PONTE SOBRE O RIO JACI-PARANÁ COM A ANTIGA PONTE FÉRREA DA EFMM

Ponte sobre o Rio Jaci-Paraná, junto com a antiga ponte férrea da EFMM.
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ARAGUAINHA - MATO GROSSO

Área: 688 km²
Distância da capital (Cuiabá): 430 km
População: 1.280 hab.
Gentílico: Araguainhense
Clima: Tropical
Bioma: Cerrado

Araguainha é um município brasileiro do estado de Mato Grosso. Localiza-se a uma latitude 16º51'22" sul e a uma longitude 53º01'57" oeste, estando a uma altitude de 462 metros. Sua população estimada em 2004 era de 1 319 habitantes. Possui uma área de 691,112 km².

O termo Araguainha é de referência geográfica, devido ao Rio Araguainha, que banha o território municipal, jogando suas águas no portentoso Rio Araguaia. Esta pequena em referência em estrutura, conta com um território rico em cerrados ricos em vegetação nativa e diversa, inúmeras montanhas e serras, alem de diversas e maravilhosas cachoeiras, que se encontram em outros rios que se localizam no próprio município.

Domo de Araguainha
Fato marcante desse pequeno município é o Domo de Araguainha, consistindo na cratera erodida de um astroblema, com 40 km de diâmetro, que resultou do impacto de um corpo celeste de grandes proporções sobre a superfície da Terra. Pesquisas estimam que o impacto penetrou 2400m sob a superfície, abrindo uma cratera de 24 km de diâmetro que hoje, sob efeito da erosão, tem 40 km. É o maior astroblema conhecido na América do Sul. A cidade de Araguainha encontra-se dentro dessa cratera. Estudos indicam, ainda, que o impacto ocorreu há aproximadamente 245 milhões de anos, e que o local atingido, na época, era um mar de águas rasas.O fenômemo poderia ter sido a causa da extinção de espécies que viviam na época. Região que hoje se tornou reconhecida mundialmente, por tal evidência das consequências e mudanças deste astroblema. Conta com o apoio e visitas anualmente, de diversos Geólogos e pesquisadores nacionais e internacionais.
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RONDÔNIA: ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO


A Econômica de Rondônia tem início com a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, inaugurada em 1912, quando Rondônia se apresentava como alternativa para a logística de transporte de produtos e recursos naturais da Bolívia. O Brasil assinava o Tratado de Petrópolis sinalizando com a construção da ferrovia e recursos em Libras Esterlinas em troca do Território do Acre. Rondônia recebe então os primeiros investimentos para a construção da ferrovia concomitante à construção da linha telegráfica pelo Marechal Rondon.

Na década de 40 tivemos o auge da borracha em Rondônia, que assim como o Amazonas e Acre responderam ao chamado do governo, recebendo aqui os “Soldados da Borracha”, que ocuparam os seringais em busca do “Ouro Branco”. Destacava-se o modelo econômico extrativista.


Na década de 70, encerram-se as atividades da Ferrovia Madeira Mamoré e o ciclo da borracha já vem de longe sofrendo a concorrência dos seringais da Malásia, não suportando a sustentação da atividade econômica. Nesse momento, Rondônia possui pouco mais de 70.000 habitantes e vê crescer a atividade garimpeira, principalmente no Rio Madeira, que suporta cerca de 5 mil dragas instaladas, empregando 25 mil garimpeiros, aproximadamente. Garimpos de cassiterita, na região de Ariquemes, elevam o Estado à categoria de mais forte produtor nacional do minério. Essas atividades ainda refletem um modelo econômico extrativista, exportador dos seus recursos naturais, subdesenvolvido.


Ao final da década de 70, início da década de 80, Rondônia experimenta o maior fluxo migratório da sua história, acompanhando novamente a política nacional. Era o 2º. PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), que teve início no governo Geisel sendo consolidado no governo João Figueiredo. O programa apresenta ao país, Rondônia, sua nova “Fronteira Agrícola”. O estado passa a ser ocupado por agricultores de todo o Brasil, principalmente dos estados do Paraná e Espírito Santo, que instalaram-se na região central, acompanhados de paulistas, mineiros, catarinenses e gaúchos, esses dois últimos ocupando a região de Vilhena. A ocupação do estado acompanha o ritmo do desmatamento, exigido na época pelo INCRA para que posseiros recebessem a documentação da terra. A pecuária de corte e leite amplia seus espaços com crescimento ininterrupto dos rebanhos. Nosso modelo de desenvolvimento econômico agora é exportador agrosilvopastoril, ou seja, extrativismo, agricultura e pecuária.


Ao longo dessa ocupação e como resultado do processo, instala-se em Rondônia a Indústria Madeireira, atraída pela abundância de matéria-prima. Essa atividade chega ao seu ápice na década de 90, com cerca de 3.000 empresas instaladas, respondendo por 40% do emprego industrial e da arrecadação de impostos. A madeira chega a representar cerca de 90% da nossa pauta de exportações. A atividade industrial ainda não agrega valor a produtos finais, mantendo um modelo de economia subdesenvolvida.


Mas a descontinuidade das políticas nacionais e a ausência de uma política agrícola no país, leva a uma reversão de valores dessas economias. As pressões legais e ambientais invertem a ótica governamental. Quem antes cobrava o desmatamento de 50% das propriedades e agora cobra o reflorestamento das mesmas e a averbação de reserva legal, reduzindo em 20% a utilização das áreas destinadas ao setor primário. A estrutura fundiária do estado, hoje com cerca de 105 mil propriedades rurais possui 80% delas com até 100 hectares. As dificuldades de operação desses produtores com Fundos Constitucionais e demais linhas de crédito e fomento intensificam-se com as novas exigências legais e burocracia. Na impossibilidade de custear atividades agrícolas de produção, amplia-se a pecuária, que assume papel de relevante importância para a nova economia do estado.


Hoje, Rondônia apresenta em seu perfil produtivo o reflexo de políticas nacionais descontinuadas, absorvendo seus impactos e problemas sociais decorrentes. Foi assim com o fim o garimpo, com os seringais e, mais recentemente, com a indústria madeireira, instalada no início da colonização pela abundância de matéria-prima, execrada hoje por ambientalistas e restrita aos limites de uma legislação ambiental mais rígida porém necessária. Ainda assim, a indústria madeiro moveleira responde por cerca de 22% do PIB industrial.


Chegamos agora a mais um divisor de águas na história do desenvolvimento de Rondônia, com a construção das Usinas do Rio Madeira, cujos investimentos chegam à cifra de R$ 20 bilhões, causando aceleração em todas as atividades econômicas do Estado. Dentro dessa perspectiva é que passamos a destacar questões relevantes ao nosso desenvolvimento.


TAXA DE OCUPAÇÃO DA POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA

Rondônia possui hoje a maior taxa de ocupação da população economicamente ativa da região norte, 94,6%. Isto inclui a renda média do trabalhador, R$ 880,00, a maior da região. Desse total, 12,1% trabalha na indústria. Na região norte apenas o Amazonas tem taxa um pouco superior.


Estado com o menor grau de urbanização da região norte, mantendo-se dentro da média nacional. O aumento desse percentual acompanhará o ritmo do crescimento esperado.


Esse indicador reflete o dramático processo de colonização baseada na migração para o estado, iniciado na década de 70 e intensificado nos anos 80 e 90. Temos a maior densidade demográfica da região norte, mas pouco mais de 1/3 da média nacional. Esse indicador deverá crescer 20%, nos próximos cinco anos, com a população do estado chegando próximo de 1,9 milhão de habitantes.


Temos pouco mais de 32% de áreas desmatadas, o que significa que mais de 67% da área do estado ainda está preservada. O grande desafio é extrair maior produção com melhor uso de recursos evitando o avanço sobre áreas ainda preservadas. Isto se dará no campo tecnológico.


Com o advento das usinas, intensificam-se os cursos de Educação de Jovens e Adultos para redução das taxas de analfabetismo do estado. O SESI desenvolve projetos de alfabetização, ensino fundamental e médio, além de educação continuada para trabalhadores da indústria, contribuindo sensivelmente para a redução desse indicador e para o combate ao analfabetismo funcional, problema maior a ser enfrentado. Com a expansão da renda agregada e a busca pela qualificação teremos uma redução do índice de analfabetismo para próximo de 6% da população nos próximos cinco anos, equiparando-se aos números do pólo industrial de Manaus.


Essa taxa de ocupação coloca Rondônia com a 2ª- menor taxa de desemprego do país. Esses números devem se deteriorar nos três primeiros anos da obra caso o volume de migrantes exceda à oferta de emprego. Com a expansão das atividades produtivas e a preparação da mão-de-obra chegaremos ao pleno emprego em diversos setores, como a Construção Civil. Seguramente, Rondônia deverá atingir uma taxa de 96% de ocupação da sua População Economicamente Ativa nos próximos três anos, gerando um círculo virtuoso proporcionado pelo consumo de uma massa salarial de aproximadamente R$ 1 bilhão somente nos empregos gerados pelas obras. Essa massa salarial alcançará os R$ 4 bilhões através do alto efeito multiplicador, natural em economias em expansão. O grande desafio é dar sustentabilidade à economia após obras, que deverá absorver empregos provenientes do seu final.


A expectativa é de que a expansão da oferta de empregos na indústria amplie em 20% sua participação na divisão do emprego, nos próximos cinco anos. Isso elevará o indicador de 12,1% para 14,5%. Em números atuais teremos uma oferta adicional de cerca de 18,4 mil empregos na indústria. Quanto à construção civil, somente o impacto da obra levaria o setor a participar, em números atuais, com 8,7% do emprego. O cenário para os próximos cinco anos inclui a participação dos investimentos imobiliários, que já estão aquecidos na capital. A questão é que, ao retornarmos à média nacional (entre 6 e 7%) com o término das obras, estaremos suscetíveis ao impacto social decorrente da diminuição da oferta de emprego no segmento.


Rondônia possui o maior rendimento médio, R$ 880,00, da região norte, acima da média nacional (pessoas ocupadas). A escassez de mão-de-obra especializada e a oferta de emprego ampliada a partir das obras das usinas e do aquecimento da economia proporcionará significativo aumento no rendimento médio do trabalhador. A massa salarial adicionada se expande muito além do crescimento previsto da população, o que deve levar a uma expansão média de 9% ao ano, devendo chegar aos R$ 1.354,00 em cinco anos.


PERFIL DO EMPREGO EM RONDÔNIA

Em 2011, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho foram gerados 25.300 empregos formais, sendo que 52% gerados nas Usinas Hidrelétricas.


Os setores industriais de maior destaque no estado,cuja concentração foi de 77%, foram:


- Fabricação de produtos alimentícios e bebidas;

- Fabricação de produtos de madeira; e

- Construção Civil.


Em 2011, as famílias ocupacionais que concentraram 68% dos novos empregos gerados foram:


Magarefes e afins;

Alimentadores de linhas de produção;

Ajudantes de obras civis;

Trabalhadores de tratamento e preparação da madeira;

Motoristas de veículos de cargas em geral;

Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias; e

Trabalhadores na pasteurização do leite e na fabricação de laticínios e afins.


Participação do Estoque de Trabalhadores na Indústria* em Rondônia por Grau de Instrução - (1996/2001/2006)


O gráfico acima evidencia a elevação significativa da escolaridade do trabalhador da indústria em Rondônia nos últimos 10 anos. Esse processo deve se intensificar a partir do grande esforço de qualificação feito no estado.


Em 2007, o ensino médio completo já compõe 60% da admissão na indústria, como podemos ver no gráfico abaixo.


Participação do Saldo de Admissão na Indústria em Rondônia por Grau de Instrução - 2007


As intenções de investimentos em Rondônia, excetuando-se aqueles relacionados diretamente com as obras das usinas do Rio Madeira, valores da ordem de R$ 571,8 milhões assim distribuídos:


Setor Econômico

Investimento (mihões de R$)

Alimentos e Bebidas

184,7

Indústria de Cimento (Votorantim)

180,0

Indústria Metal Mecânica (Alstom e Bardela))

90,0

Têxteis

33,1

Artefatos de couro e calçados

17,6

Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos

15,8

Outros produtos de minerais não-metálicos

14,6

Álcool

14,1

Móveis e produtos das indústrias diversas

9,4

Outros da indústria extrativa

3,2

Perfumaria, higiene e limpeza

3,1

Produtos de madeira - exclusive móveis

2,6

Produtos químicos

2,3

Artigos de borracha e plástico

1,2

Total geral

571,8

Fonte: Departamento Regional de Rondônia - Elaboração: UNITEP/SENAI-DN


A concretização desses investimentos estruturantes em Rondônia poderá favorecer a configuração de uma nova dinâmica para o crescimento da economia nos próximos anos.


As obras públicas estruturantes já em andamento, licitadas, em fase de licitação e/ou contidas nos orçamentos públicos somam mais de R$ 28 bilhões.


Em função dos investimentos o setor que deverá apresentar maior demanda no período é o de CONSTRUÇÃO CIVIL (Fase de implementação).


O crescimento populacional causado pelas oportunidades no estado e a dinâmica do emprego x renda poderão criar um ambiente favorável para essa expansão de outros setores associados ao consumo das famílias.


Dentre os setores que deverão apresentar uma demanda em maior escala nos próximos anos, merecem destaque a construção civil e o setor de fabricação de produtos alimentícios e bebidas.


Dentre as famílias ocupacionais que devem ter uma maior demanda nesses setores, destacam-se as seguintes


CONSTRUÇÃO CIVIL

Ajudantes de obras civis;

Trabalhadores de estruturas de alvenaria;

Trabalhadores de montagem de estruturas de madeira, metal e compósitos em obras;

Supervisores da construção civil;

Trabalhadores de instalações elétricas;

Instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos;

Trabalhadores na operação de máquinas de terraplenagem e fundações;

Montadores de estruturas de concreto armado;

Encanadores e instaladores de tubulações;

Pintores de obras e revestidores de interiores (revestimentos flexíveis);

Engenheiros civis e afins;

Trabalhadores de soldagem e corte de ligas metálicas;

Eletricistas de manutenção eletroeletrônica; e

Técnicos em construção civil


ALIMENTOS E BEBIDAS

Magarefes e afins

Alimentadores de linhas de produção

Trabalhadores na fabricação e conservação de alimentos

Trabalhadores de embalagem e de etiquetagem

Operadores de máquinas a vapor e utilidades

Mecânicos de manutenção de máquinas industriais

Técnicos de controle da produção

Supervisores da fabricação de alimentos, bebidas e fumo.


Para os próximos anos, espera-se que, em decorrência do processo de desenvolvimento do estado, alguns setores industriais ganhem mais representatividade na matriz produtiva do estado, como é o caso da construção civil, alimentos e bebidas, artefatos de madeira e eletricidade e gás.


Essa tendência poderá ser impulsionada pela ligação do estado ao oceano pacífico, o que colocará o estado em uma posição logística privilegiada.


É natural que os setores associados ao consumo das famílias, como o de alimentos, apresentem um crescimento significativo no futuro, uma vez que o crescimento populacional causado pelas oportunidades no estado e a dinâmica - emprego e renda – contribuirão para a criação de um ambiente favorável à expansão.


DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

Nossa distribuição de renda é a segunda melhor do país, ficando atrás somente de Santa Catarina. A razão da renda entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres está em 13,82 vezes em 2004, contra 11,44 vezes em Santa Catarina. A média nacional é de 22,5 vezes, sendo o caso mais grave em Brasília, 34,88 vezes. Em 2002 esse indicador estava em 19,65 vezes, sendo reduzido em 15% ao ano entre 2004 e 2004. Essa tendência levará Rondônia ao topo do Ranking de distribuição de renda no Brasil nos próximos três anos.


Nosso IDH é o 14º- do país. Porto Velho tem o pior IDH entre as capitais brasileiras, mas os investimentos sinalizados pelo PAC na sua infra-estrutura prometem reverter esse quadro.


SANEAMENTO

Se considerarmos apenas a rede coletora de esgoto, temos 3% da população atendida em Porto Velho. O PAC sinaliza com investimentos de R$ 645 milhões para levar água encanada e esgoto a 100% dos moradores do Município de Porto Velho, além de moradias e urbanização de ruas, limpeza de igarapés, etc.


Segundo o IBGE, a esperança de vida ao nascer em Rondônia, que era 60 em 1980, atinge 70,6 em 2004, ficando abaixo da média nacional. Esse indicador está ligado diretamente às condições de saúde e saneamento básico da população.


O coeficiente de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos caiu de 55,5 em 1980 para 25,9 em 2005, ficando abaixo da média nacional (uma queda de 53% no índice). A melhoria das condições de saneamento e saúde aliada à expansão da renda agregada do trabalhador e à educação e qualificação oferecidas levará a uma redução ainda maior desse quadro durante o período de maior atividade econômica.


Esses são os números que mais preocupam. A mortalidade por violência em Rondônia chegou aos absurdos 24% em 2005, a maior do país, excedendo em 5% ao segundo colocado.


Apesar de reduzida de 105 mortes por violência a cada 100.000 habitantes em 2004 para 101,6 em 2005, ainda não vislumbramos a melhora significativa desses indicadores a partir da oportunidade ímpar de crescimento da economia. Se não forem implementados projetos de sustentabilidade do emprego e da renda estaremos reproduzindo as mesmas mazelas deixadas ao longo da trajetória de desenvolvimento do estado.


BALANÇA COMERCIAL

A Balança Comercial de Rondônia vem batendo todas as metas estabelecidas. Em 2006 nossas exportações cresceram 51% em relação ao ano de 2005. Em 2007, tivemos um crescimento de 48%.


Nossos números:

2005: US$ 202 milhões

2006: US$ 308 milhões

2007: US$ 457 milhões


Nossas importações não chegam a 20% do valor das exportações.


Destacamos a oportunidade do crescimento do setor extrativo mineral, com o estanho (Rondônia é responsável por 25% da produção nacional), o granito, com mercado definido na união européia; e a indústria madeireira, numa nova fase de desenvolvimento de tecnologias, agregando valor e novas etapas de processamento dos seus produtos destinados, principalmente, ao mercado chinês.


Chamamos a atenção para o surgimento da indústria de cosméticos e fitoterápicos, que num curto período de tempo estará apta a atender o mercado internacional.


O PIB DO ESTADO

Temos também o 3º maior PIB da Região Norte, chegando aos R$ 12,9 bilhões em 2005, segundo o IBGE, sendo maior que a soma do PIB dos estados do Acre, Amapá e Roraima. O crescimento dessa economia obteve a média de 4,5% ao ano nos três últimos anos. Em 2008 estaremos crescendo próximo de 7%, com previsão de 8 a 10% decrescimento a partir de 2010.


O significativo crescimento das exportações do estado, notadamente nos produtos industrializados, de maior valor agregado, mostra a ampliação da participação da indústria na formação do PIB, que era de 12% em 2005, devendo chegar a 18% até 2010 e ultrapassar os 20% nos cinco anos subseqüentes. Um sinal dessa expansão verifica-se em nossa frota de veículos, que cresce cerca de 10% ao ano.


NOVAS PERSPECTIVAS E CENÁRIOS – análise estratégica

Rondônia teve sua economia forjada por vários modelos de desenvolvimento, sempre fundamentados no modelo exportador agrosilvopastoril, característico do subdesenvolvimento. Hoje, esse modelo sofre a sua maior evolução, com a consolidação da sua indústria, forjada por empresários pioneiros e visionários, sabedores de que a única forma de gerar riqueza e sustentabilidade econômica é agregar valor aos seus recursos naturais, através da sua transformação/industrialização.


Se observarmos a história do desenvolvimento da nossa economia, encontraremos, com o início da construção da Ferrovia a melhor visão estratégica dessa economia: SUA POSIÇÃO GEOGRÁFICA. O abastecimento de toda a região, incluindo aí os países andinos e da Amazônia Sul Americana, a partir do centro-oeste brasileiro, passará necessariamente pelo estado de Rondônia como o pivô da integração MERCOESTE.


É do conhecimento de todo o Brasil o projeto de construção das Usinas Hidrelétricas do Rio Madeira. Da mesma forma, a construção e asfaltamento da rodovia para o Pacífico é aguardada por todo o setor produtivo, haja vista a amplitude das oportunidades de mercado a partir daí.


Sem nenhuma dúvida a maior preocupação de toda a sociedade rondoniense é quanto às condições de sustentabilidade do crescimento e desenvolvimento econômicos provenientes dos investimentos nas usinas do Rio Madeira. Essa preocupação provavelmente nos faz perder a noção da importância dessas obras para a sustentação do crescimento da economia do próprio país. Rondônia mais uma vez participa da história da formação econômica do Brasil.


A implantação de uma matriz energética limpa e abundante abrirá um leque de oportunidades de investimentos jamais vista na história desse estado. A geração de empregos diretos e indiretos originados no empreendimento será, sem dúvida, muitas vezes inferior aos empregos gerados pelo efeito multiplicador dos recursos aqui investidos. A pergunta a ser respondida é: após o final das obras, a economia do estado continua crescendo, ou se retrai, causando desemprego?


Essa pergunta começa a ser respondida a partir da análise das potencialidades de crescimento e posicionamento estratégico da economia do estado e do conjunto dos seus empreendedores. Rondônia está estrategicamente posicionado como um portal de entrada para a região amazônica, num modal de transporte rodoviário/fluvial que permite o escoamento de produtos de um mercado denominado Mercoeste, que envolve os estados de Mato Grosso, Goiás e Tocantins. Como exemplo disso, a soja mato-grossense é embarcada no porto graneleiro em Porto Velho. Assim, possibilita acesso aos demais estados da região através da hidrovia do Madeira, bem como permitirá acesso à saída do pacífico, pelo Estado do Acre e Peru.


Sua sustentabilidade começa na expansão do mercado intra-regional, ou seja, maior comercialização de produtos oriundos dos estados da região norte. Com o aquecimento da atividade econômica no estado proveniente dos investimentos nas obras das usinas, os empreendimentos crescem em quantidade, volume de produção (escala), qualidade, e, consequentemente, em competitividade via preço. Essa competitividade nos leva a abastecer estados vizinhos, concorrendo com produtos vindos do centro sul do país. Vale observar que Rondônia é hoje o maior comprador de produtos desse mercado regional. Desenvolver o mercado intra-regional significa reduzir as desigualdades regionais observadas, pois a parcela dos recursos antes destinados ao pagamento de importações de outros estados do Brasil permanecerá na região promovendo a expansão do poder de compra de sua população, que consome mais, dando maior retorno aos investidores, gerando um círculo virtuoso de crescimento.


Esse mercado intra-regional envolve 17,5 milhões de habitantes (consumidores), compreendendo os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins (região norte), acrescido do Mato Grosso (centro-oeste). Seu desenvolvimento é função do nível de interação entre Federações de Indústria, empresários do setor industrial e do comércio, além dos Governos Estaduais, responsáveis pelo provimento da infra-estrutura econômica necessária ao desenvolvimento da produção e aproveitamento dos recursos específicos de cada estado.


Sistematicamente, novos mercados poderão ser abertos, com o atendimento das demandas dos países vizinhos, notadamente o grupo andino, como Chile, Bolívia, Peru, e Equador, e da Amazônia sul americana, como Colômbia, Venezuela, Guianas e Suriname.


Esse mercado potencial a que nos referimos possui população de 137,7 milhões de habitantes e um PIB de US$ 502,5 bilhões em 2005. A título de comparação, o PIB do Brasil foi de US$ 794,1 bilhões (52,8% do PIB sul americano) em 2005. Somando essa população à dos estados da região norte e Mato Grosso, 17,5 milhões de habitantes, chegamos a 155,2 milhões de habitantes (consumidores). Esses países permitirão grande expansão do comércio exterior da região, ampliando as exportações de empresas rondonienses e dos demais Estados. São grandes produtores de matérias-primas e compradores tradicionais de produtos industrializados. A consolidação do Mercosul como bloco comercial liderado pelo Brasil passará, impreterivelmente, pela estruturação do Mercoeste brasileiro, com o estabelecimento de relações comerciais consistentes com esse grupo de países. A chegada aos portos de Ilo e Matarani, no Peru e Arica, no Chile, permitindo-nos o acesso ao Pacífico bem como à rodovia Pan-americana, possibilitará a distribuição dos nossos produtos e fortalecerá o intercâmbio comercial com o grupo.


Finda a construção das usinas do Madeira, estará consolidado esse mercado, se desenvolvido com seriedade e responsabilidade, gerando um conjunto de oportunidades sólidas para os empreendedores do Estado, em cujo sucesso reside a manutenção de investimentos, emprego e renda para a população e a conseqüente sustentabilidade da nossa economia.


INVESTIMENTOS ESTRATÉGICOS NECESSÁRIOS:

Construção das eclusas para ampliar a navegação no Rio Madeira e aprofundamento do seu leito, aumentando o calado das embarcações que se destinam ao porto de Itacoatiara.


Construção de uma ferrovia de Cuiabá a Porto Velho, Rio Branco e Assis Brasil, na fronteira com o Peru.


Construção de um novo porto em Porto Velho.


Construção de um terminal de carga aeroportuária alfandegado, que comporá um sistema multimodal de transporte em Porto Velho.


Reconstrução da BR 364 com estrutura para suportar o volume de carga com destino ao pacífico a partir de 2010.


Construção e instalação de uma Zona de Processamento de Exportação em Porto Velho.


Construção do Gasoduto Urucu-Porto Velho.


Construção das Usinas de Santo Antônio e Girau no Rio Madeira


Construção das pontes sobre o Rio Madeira (p/ Rio Branco e Humaitá) e sobre o Rio Mamoré. Em Guajará-Mirim, divisa com a Bolívia (área de livre comércio).


Os investimentos aqui descritos são imprescindíveis à consolidação do MERCOSUL, pois referem-se à viabilização do MERCOESTE, mercado que corresponde às regiões centro-oeste e norte do Brasil somado ao grupo andino a amazônico de países sul americanos, cujo potencial já informamos.


Rondônia é o pivô da integração desse mercado. Os investimentos aqui preconizados proporcionarão a condição de logística e abastecimento necessárias, gerando competitividade às indústrias instaladas nessa região.


Estaremos invertendo a ótica dessa competitividade, pois não temos mercado consumidor suficiente em nosso estado, se tratarmos individualmente. Assim, nossa indústria não tem escala de produção suficiente para atingir preços competitivos, necessitando de grandes incentivos fiscais, como os encontrados na região amazônica, a exemplo do Pólo Industrial de Manaus. Essa é a única forma de entregar produtos nos grandes centros consumidores do país com preços competitivos.


Se voltarmos nosso alvo para o mercado que denominamos MERCOESTE, a ótica da competitividade estará invertida, pois teremos vantagens competitivas no abastecimento desse mercado, com um volume de consumidores próximo de 140 milhões de habitantes, somente nos países vizinhos, distantes do nível de industrialização do Brasil e dos nossos mega centros industriais.


O Brasil tem dimensões continentais e não deve protelar o início desses investimentos destinados à consolidação do MERCOESTE sob pena ver o Mercosul reduzido às discussões entre indústrias Argentinas, e o centro sul do nosso país.


Rondônia será, indiscutivelmente, um novo centro de desenvolvimento industrial na região norte e o grande responsável por esse processo.

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